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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Se puderes

Se puderes guardar o sangue frio
Diante de quem fora de si te acusar,
E no instante em que duvidem do teu ânimo e firmeza,
Tu puderes ter fé na própria fortaleza,
Sem desprezar, contudo, sua desconfiança.

Se tu puderes não odiar a quem te odeia,
Nem pagar com calúnia a quem te calunia
Rejeitando seus instintos repulsivos
Para que daí, não lhe cunhe motivos de ufania.

Se puderes sonhar, sem permitir que o sonho te domine,
Pensar, sem que no pensamento tua ambição se confine,
E esperar sempre, infatigavelmente.

Se puderes mentir para sua triste realidade
Sorrir por esperança, pelo cessar de uma saudade
E mesmo cansado, confuso e triste
Com ternura prosseguir

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