Não admito essa dor
Principalmente aos que perecem por amor
Mesmo que seja um amor torto, que começou errado
E nunca se endireitou
O espírito se afasta
A alma se confunde, enlouquece
E o corpo padece
O espírito é decidido, não divide seu abrigo.
A alma aperta o coração para que ele volte
O corpo chora, chora quando pode.
O espírito grita: "Se livre de todo mal e de tudo que o relembre"
A alma sucede por um momento mas não esgota o sentimento
E o corpo insustentável continua adoecendo
Lágrimas doloridas e salgadas
Parecem sangue quando escorrem pelo rosto
Concentradas de amargura, arrependimentos e desgostos
O espírito diz não ter mais tempo
A alma pede mais um momento
E ele diz que o corpo está entregue a sorte.
-"Mas espírito, o amor não é forte feito a morte?", indaga a alma.
Sereno e contundente ele responde:
-"Se tu amas outra alma mais que teu próprio espírito, escolhes então, que seu corpo deverá assim morrer."
O amor pertence a quem sente e não a quem recebe
Por isso ele nunca morre, prevalece
Basta escolher quem merece receber
E qual parte de si merece viver
Para curar sua dor, ame sua essência
Traga de volta o que entregou
E o que ficou, esgote tudo de uma só vez
Chore muito, grite, escreva, suspire, converse
E se torne novamente um, em corpo alma e espírito.